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Terapia? Pra quê?

Quando penso no mal-estar psíquico do ser humano, às vezes me lembro do mito de Atlas: o titã que foi condenado por Zeus, o senhor supremo dos deuses e dos homens, a carregar o mundo nas costas pela eternidade.

Esse mito, além de trazer uma ótima analogia ao peso que carregamos diante de nossas dificuldades cotidianas, tem uma peculiaridade a mais: Atlas é o nome dado à primeira vértebra da coluna cervical do ser humano, que representa a base do que sustenta nossa cabeça. Ou seja, Atlas carrega aquilo que abriga justamente o que mais nos pesa – a nossa mente.

Me parece que Atlas sempre esteve presente em nós. Mas, se estamos fadados a carregarmos o peso da nossa mente, será que nós estamos destinados a simplesmente sofrer com isso? O que nos sobra além do mal-estar de termos que carregar o peso da nossa mente? Talvez não muita coisa; mas, dentre o pouco que nos sobra, encontramos um fator extremamente valioso: a escuta do mal-estar.

É essencialmente a partir da escuta de nosso mal-estar que podemos encontrar a possibilidade de sofrer menos, ou, talvez, de nos tornarmos capazes de “sofrer melhor” (porque uma vida livre de sofrimentos, infelizmente, não existe. Quem me dera!).

A meu ver, a escuta da individualidade de cada sujeito é uma forma de ele reivindicar o que lhe é tomado pela vida em sociedade: sua própria existência. Penso que é exatamente aqui que encontramos a importância da terapia: a possibilidade de


ressignificarmos o peso que carregamos e, assim, abrirmos novos horizontes que nos permitam viver de forma mais leve.

De repente, um bom terapeuta poderia ser ótimo para Atlas!



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